Enquanto os criostatos estiverem com nitrogênio líquido, o trem não se descola da linha magnética. A força necessária para descolar o trem da via magnética é absurda. Como o Maglev Cobra não exige energia elétrica para levitar, o trem não sofre nenhum problema com a falta de energia. Os criostatos carregados tem autonomia suficiente para um dia inteiro de operação. Além disso, existe todo um sistema de segurança implícito ao veículo, e ele passará por uma homologação prévia antes de entrar em operação.
Não existe comprovação científica para alegações de que o magnetismo afete a saúde das pessoas. Do mesmo modo que algumas pessoas sentem medo da exposição a campos magnéticos, outros pregam seus benefícios à saúde, embutindo ímãs em colchões, sandálias e roupas. Além disso, a emissão magnética do veículo medida em laboratório é bem menor que a energia magnética emitida por um fone de ouvido (headfone) ou celular.
Os supercondutores são refrigerados com Nitrogênio líquido que é um gás obtido da atmosfera. Grande parte do ar que nós respiramos é Nitrogênio. O Nitrogênio é obtido em indústrias de gases, como um subproduto decorrente da fabricação do Oxigênio líquido, necessário para indústrias e hospitais. O Nitrogênio fica líquido a uma temperatura de -196 graus centígrados. Ao aquecer, ele torna-se gás novamente e volta para a atmosfera. Sem poluição alguma.
R:Estamos trabalhando em uma solução urbana. Como conseqüência disso, as demandas por velocidade não são tão grandes quanto a demanda por estações. Como a geografia das cidades brasileiras tende a criar “clusters” de povoamento, não costuma haver grandes distâncias entre os clusters para que o trem atinja uma velocidade equiparada com os veículos internacionais, como os Maglevs da China, Alemanha e Japão. O MagLev Cobra só chegaria nestas velocidades se fosse aplicado como ligação entre cidades, como no caso da ligação Rio-São Paulo.
O conceito dos trens de levitação ficou famoso em todo o mundo por sua altíssima velocidade, chegando a 500 km/h, e isso fez com que muitas pessoas pensassem que só é possível levitar em grandes velocidades. Na verdade, existem várias tecnologias específicas de levitação, sendo uma mais adequada para cada caso. No Caso do MagLev Cobra, o foco não é bater o recorde de velocidade e sim oferecer um transporte urbano inteligente, de modo capilarizado e energeticamente racional. As demandas urbanas atuais não são apenas de velocidade. São de estabilidade, organização, preço, versatilidade e intermodalidade.
Sendo assim, estamos trabalhando focados em soluções tecnologicamente mais adaptadas às necessidades das cidades. Mas isso não impede que em determinados trechos, o MagLev Cobra atinja uma grande velocidade. Estamos trabalhando com um valor médio de 70km/h, pois esta é uma velocidade que atenderia com rapidez e eficiência a maior parte das demandas dos grandes centros urbanos. Mas na prática, a velocidade máxima do MagLev Cobra é limitada apenas pelo conforto do passageiro, bem como pela questão aerodinâmica e também pela resistência do ar.
+As cobras deslocam-se movendo músculos de maneira específica. A coluna vertebral das serpentes evoluiu ao longo de milhões de anos para permitir que ela se mova dessa maneira. Quando projetamos um veículo que pudesse entrar em curvas estreitas, nos inspiramos nas cobras e em sua flexibilidade, que é produto de milhões de anos de aperfeiçoamento. Graças a esta característica, a tecnologia modular aplicada ao trem ganhou o nome “Cobra”.
+Só na década de 80 foi possível obter supercondutores de alta temperatura crítica. Embora a ciência soubesse das propriedades de levitação dos supercondutores desde o século XIX, foi necessário o desenvolvimento tecnológico em diversas áreas para que se tornasse possível a construção deste veículo. O LASUP -Laboratório de Aplicação de Supercondutores da UFRJ dedica-se a aperfeiçoar e estudar a aplicação da tecnologia dos supercondutores. Foi através dos estudos do LASUP que a tecnologia MagLev mostrou-se uma solução urbana factível. Tudo isso é muito recente. Possivelmente, novas soluções urbanas para transporte usando a levitação irão surgir na próxima década. Estamos testemunhando a aurora das novas tecnologias que mudarão a forma como nos deslocaremos no futuro.
'Sim, é verdade. Toda tecnologia de ponta tende a ser cara. Mas toda tecnologia usada em grande escala tende a ficar barata. Por exemplo, 1Gb de memória nem sequer era cogitado na década de 80. Para fazer isso seria necessário o investimento de milhares de dólares. Hoje, vemos pen drives de 2 giga vendidos a R$ 10,00 em bancas de camelô.
O que nós queremos dizer com isso? Queremos dizer que por mais caros que sejam os avanços tecnológicos, eles são necessários e acontecem. Agora, quando alguém fala genericamente de “maglev”, não está sendo preciso. Existem diferentes tecnologias disponíveis hoje e cada uma tem seus prós e contras. Nós estamos dedicando grande esforço em tornar os custos globais de aplicação do MagLev Cobra os mais baratos do mundo. Isso envolve não só a otimização técnica e científica na questão da levitação em si, como uma grande racionalização nos custos agregados, como os custos da Engenharia Civil, que equivalem a 70% do custo total de implantação. O design e os processos produtivos dos módulos também são foco de constantes melhorias visando aumentar o conforto e diminuir o valor total. Todas estas questões são equacionadas de maneira a viabilizar um modelo de transporte único no mundo, tanto em tecnologia quanto em aplicação, mas principalmente em preço. Todas as nossas estimativas apontam que o MagLev Cobra custará apenas um terço do valor do metrô.
Com relação ao MagLev Cobra, o que dizemos é: Basta esperar. Nosso veículo tem data para ficar pronto. Já recebemos os aportes financeiros da Faperj, Finep e BNDES. Não tem como não acontecer.
Veja, se no início da década de 80, quando todo mundo estava acostumado a máquinas de escrever, nós falássemos pra você que no futuro, cada computador poderia ter uma impressora colorida, o que você diria? Pense no funcionamento de um cartucho de impressora jato de tinta: Um reservatório de três cores que recebe uma carga de energia e vaporiza uma minúscula gotícula de tinta numa fração de segundo, e em seguida outra gota é vaporizada, e assim sucessivamente, até a máquina formar uma fotografia. Isso é feito em poucos segundos, e ainda por cima você joga fora este sofisticado equipamento quando ele esvazia. Não parece complexo demais para ser verdade? Imagina pensar nisso nos anos 80? Certamente ninguém acreditaria que isso seria algo tão corriqueiro vinte anos depois. Diriam que é coisa de ficção científica, certo?
Toda tecnologia nova surge acompanhada do descrédito das pessoas acostumadas com o paradigma anterior. Isso é normal. Estamos cientes disso e na realidade, este tipo de argumento não nos preocupa. Até porque “o futuro” é agora. Hoje podemos conversar em tempo real, num celular, sem fios com pessoas do outro lado do mundo. Os celulares se comunicam num raio de dez metros, sem cabos nem coisa do tipo. Hoje a internet é sem fio e de alta velocidade. Se pensarmos nos carros elétricos, nos computadores super poderosos, nos fornos de microondas, nas Tvs de tela fina, no Blue Ray e toda esta tecnologia sensacional que surge para aumentar nosso conforto, veremos que o futuro, que parecia distante e improvável, já é realidade.
Outra coisa: hoje qualquer pessoa já pode andar de Maglev. Basta comprar uma passagem e voar para a China ou Japão. Você poderá andar de Maglev e ver que aquilo que dizem que não vai acontecer, já está funcionando sem problema algum. Então este papo de que “Maglev é coisa para o futuro”, é mesmo verdade. Só que o futuro já chegou.
Na verdade, não. Muitas pessoas que creditam o aquecimento global à poluição veicular, acreditam que o Maglev é a solução para todos os problemas. Infelizmente, nós pensamos que não é. Acreditamos que o Maglev Cobra será um passo significativo para a redução das emissões de gases poluentes para a atmosfera, mas não temos a pretensão de ser uma solução final para um problema de tamanha envergadura. Reconhecemos que a busca por uma tecnologia de transporte que use energia limpa deve estar entre as principais atitudes de todos os que se preocupam com o futuro do planeta.
Muitas pessoas nos perguntam se nós odiamos os carros. Na verdade, nós respondemos com uma pergunta: “Qual é o melhor transporte do mundo?”
Sem dúvida, o melhor transporte do mundo é o carro da propaganda. Veja um comercial de carro: Um sujeito bonitão acorda em sua mansão, entra em seu carrão limpinho, liga o som, liga o ar condicionado, dirige velozmente por uma estrada arborizada, folhas voam ao vento ao som da música clássica. Lindo, não?
O que é isso? Uma propaganda de carro. Este é o sonho que a indústria automobilística quer vender. Eles precisam vender. E o marketing serve para isso.
Nós não podemos dizer as pessoas que elas não podem ter o direito de terem este sonho, de desejar aquela casa, aquela vida, que inconscientemente, sentem que terão ao possuírem aquele carrão da propaganda. Este é o sonho.
Mas o que é a realidade? A realidade são pessaoas engarrafadas, com medo e estressadas, em meio a buzinas, caos urbano, poluição.
Nós defendemos o direito das pessoas sonharem com o carro num mundo perfeito. Mas nós defendemos igualmente, o direito de um aluno chegar na hora para uma prova, o direito de um trabalhador chegar pontualmente no trabalho e não ser descontado. O direito de um médico chegar a tempo de uma cirurgia. O sonho alheio não pode impedir as pessoas que dependem de horário. É por isso que o Maglev Cobra surge como uma alternativa válida para cidades entupidas de carros. Não somos contra os carros, mas trabalhamos para combater os problemas de uma equação complicada chamada “caos urbano”, onde os carros são apenas uma das múltiplas variáveis
A frenagem do MagLev-Cobra é feita através de inversores de frequência que alteram o valor da frequência aplicada ao motor de indução utilizado na tração do veículo, variando sua velocidade até a parada completa. Em caso de falta de energia elétrica, existem dois freios auxiliares, um freio acionado por injeção de corrente contínua através de baterias e um freio mecânico, com a utilização de sapatas que são acionadas em caso de falha nas baterias.