Vamos dividir os aspectos ambientais em duas partes: Energia e emissões.
Atualmente, no transporte público, os veículos sobre pneus representam mais de 95% do transporte de passageiros realizado no Brasil (ANTP, 2006). Um aspecto importante na comparação de VLP (Veículo Leve sobre Pneus) com os VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) refere-se à resistência ao rolamento. Quando um cilindro, roda ou esfera rola sobre outra superfície plana, surge uma resistência a esse movimento, chamada Resistência ao Rolamento. Este resistência é dada em kgf/t, onde kgf é a força que se opõe ao movimento e t, a força vertical (peso) atuante na roda. Sobre trilhos, no contato entre o aço da roda e o aço do trilho, este grandeza varia de 1 a 2 kgf/t, o contato do pneu sobre o asfalto varia de 8 a 12 kgf/t.
Enquanto um Trem Unidade Elétrica (TUE) com motor de corrente alternada, conforme Pires (2002), consome 0,025 kWh/tkm (quilo-watt hora por tonelada quilômetro), os ônibus utilizados no tráfego urbano brasileiro têm o seguinte consumo médio de óleo diesel: Microônibus – 0,23 km/l; Veículo Leve – 0,33 km/l e Veículo Padron – 0,42 km/l.
Como se trata de combustíveis diferentes, uma comparação econômica, que leva em conta a diferença de rendimento energético das duas modalidades, pode ser realizada, considerando R$ 0,30/kWh para o custo da eletricidade e R$ 1,90/litro do óleo diesel [Oliveira & Orrico Filho, 2004].
O Quadro 2 apresenta o custo energético do transporte urbano medido em unidades monetárias por mil passageiro-quilometro (Kpkm):
Observa-se que o Maglev, nesta estimativa com base em referências bibliográficas, apresenta um custo energético por passageiro-quilômetro equivalente a apenas 13% do consumo médio do ônibus urbano, gerando uma economia de 87% no item que representa cerca de 30% do custo operacional. A comparação com o transporte individual apresenta valores ainda mais significativos.
O Governo Estado do Rio de Janeiro apresentou em 2005 o resultado de uma ampla pesquisa de origem/destino, que entrevistou cerca de 100 mil moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), denominado Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU). Os Quadros a seguir, o primeiro transcrito do referido estudo, permitem avaliar o potencial de emissões de CO2 (dióxido de carbono), o principal gás formador do efeito estufa de aquecimento global.
A tabela a seguir, foi organizada a partir dos quadros anteriores, e avalia as emissões diárias de dióxido de carbono provenientes do transporte motorizado, considerando as modalidades rodoviárias que atendem 92% das viagens motorizadas na RMRJ.
Os benefícios para o meio ambiente, decorrentes da substituição de parte do transporte individual pelo Maglev, serão imediatos, pois opera com energia elétrica. A emissão de CO2 devido às usinas termelétricas movidas a combustível é de apenas 0,4 kg/kWh e tais usinas estão localizadas afastadas dos centros urbanos.
Na linha definitiva na UFRJ, sensores instalados permitirão esta comprovação experimental e o estabelecimento de fórmulas empíricas para a determinação da resistência ao movimento do Maglev, seu efetivo consumo de energia e emissões gasosas.